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Viajante compulsória


Foto: Pinterest

Antes mesmo de nos conhecermos eu já sabia que ela gostava muito de viajar, estava lá escrito no rótulo dela “viajante compulsória”. Comprei. Agora eu não me lembro em que momento ela me contou que iria passar seis meses viajando por vários países, um mochilão (sim, tipo aqueles que vemos as blogueiras fazerem). A partir daí eu só conseguia pensar “minha vida irá mudar me menos de três meses, eu não terei mais nada que me prenda, só preciso que ela me convide uma vez para essa viajem, não irei pensar duas vezes”. Já me imaginei usando novamente aquela velha mochila de acampamento que minha mãe comprou pra mim há anos (finalmente uma utilidade pra ela!), um tênis bem confortável e várias paisagens novas, muito verde, trilhas e idiomas que eu não domino. Fui surpreendida por ela pensando que não queria se apaixonar pra não sofrer quando o dia dessa viajem chegasse. Até me perguntou se ela estava muito doida mas se surpreendeu quando eu disse que também pensava sobre esse dia. Mas o que eu pensava era nos perrengues que íamos passar, os banhos gelados, as fotos que guardaríamos para os nossos netos verem. E ela com seus pensamentos solitários, suas asas que queriam voar sem preocupação com ninho. Será que essa era para ser uma viajem solitária? Tipo um retiro espiritual só que ambulante e sem direito a acompanhante?

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