Foto: Pinterest
Ainda me lembro bem daquele dia que você me
disse: eu acho melhor darmos um tempo.
Fiquei meio sem saber o que fazer, se você queria ir embora para sua casa
naquela noite, se dormiríamos juntos... Você escolheu ficar e fizemos amor. Na
manhã seguinte enquanto eu preparava o café que eu jurava ser o último, você disse:
posso voltar para sua casa hoje à noite?
Eu não entendi, achei que não nos veríamos mais, mas concordei. Nos encontramos
a tarde para tomar um café e você me surpreendeu novamente dizendo: você não me deixa lembrar que demos um
tempo. Me senti frustrada, mas a única coisa que eu consegui dizer é: quando for de verdade, você só me avisa,
até lá você pode voltar quantas vezes quiser. Além daquela noite você
voltou mais uma vez. Não houve uma terceira e hoje eu acredito que por conta do
peso na sua consciência. Você já sabia desde o início que nossos dias estavam
contados, que tinha que me deixar ir, mas ao mesmo tempo queria aproveitar até
o último minuto comigo. Tá tudo bem, eu entendo! Eu teria feito o mesmo. Hoje
eu consigo entender também que, quando chegou a hora não havia despedida
possível, era preciso arrancar pela raiz, não tinha outro final para nós. Eu só
gostaria que as coisas tivessem sido fáceis naquela época como estão sendo hoje.
Eu sofri demais e sei que você também, agora mais claramente depois do seu
pedido de desculpas. Por muito, muito tempo eu me perguntei o porque de tudo
isso, coisas que só pude entender agora, exatamente agora enquanto escrevo esse
texto. Fico feliz que não haja ressentimentos entre nós, talvez agora possamos
seguir nossos caminhos tranquilamente, sem medo.
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