Dizem: “ sorte no jogo, azar no amor ”. Nós tínhamos um jogo de encontrar fuscas. Valia apenas quando estávamos juntas. Quem visse um fusca ganhava 1 ponto. Mas tinha um plus , o fusca preto (raro) valia 10 pontos. No final do jogo – que até hoje eu não sei quando termina –, quem tivesse visto mais fuscas ganhava. Usei esse jogo para me reaproximar dela quando estávamos longe – emocionalmente e fisicamente –, parece que funcionou. Tentei dar um golpe nela perguntando se as partes de um fusca desmontado valiam como 1 ponto. — Assim não vale! — Poxa! Essa era minha melhor jogada. — Sua melhor jogada deveria ser um fusca preto. — Sem proble mas, irei lembrar disso. Então minha busca por fuscas foi incansável. Cada fusca era uma foto, cada foto um novo motivo para conversar com ela. Foram várias fotos e muitas risadas. Ela até trapaceou, indo em uma exposição de carros antigos onde fotografou alguns. Mas foi boazinha o suficiente para guardar as fotos e manter-se a
Ela sofre de excessos. E de amores incuráveis. Ela é uma ilha de esperanças em um mar de ilusões.