Nada me tira da memória a imagem daquele sofá amarelo protagonizando o espaço de sua sala. O amarelo lhe cai bem. Eu até tenho um quadro amarelo pintado à mão, mas eu não teria um sofá amarelo. Assim como não consigo imaginá-la vivendo entre meu sofá cor-de-rosa e minha decoração predominantemente branca com detalhes em madeira. Aposto que ela insistiria que falta cor, falta arte, falta vida. Não vou negar que eu concordo. Mas eu prefiro vestir a cor enquanto danço ao som de sua voz e saboreio uma taça de vinho (também rose).
Se fossemos viver juntas algum dia provavelmente teria que ser assim, cada uma na sua casa e na sua decoração. Uma combinação de que dias da semana ficaríamos na casa uma da outra e que dias ficaríamos sozinhas cada uma na sua casa. Mas não existe minha casa se não houver ao menos três quadros dela pendurados na parede, muitos porta-retratos com fotos nossas espalhados por todos os cômodos, uma gaveta só de roupas dela.
Um toque de modernidade e um relacionamento maduro. Acho que é isso que eu sempre sonhei. Não é sobre um sofá amarelo. Eu gosto de amarelo. Amarelo lhe cai bem. Eu gosto dela. Uma soneca em uma tarde de Domingo no sofá amarelo não me parece tão ruim assim. Acredito que aquele sofá guarde muitas memórias felizes, algumas nem tanto assim. Muitas risadas e amigas, algumas vezes trocado pelo chão e usado de encosto. Eu poderia construir minhas memórias com ela naquele sofá amarelo.
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