Eu mostrei uma foto dela para os meus amigos.
“Estou louca por ela”, foi o que eu disse. Estávamos saindo há uma semana. Um deles
disse: “e esse sorriso dela? Esses dentes parecem coisa de atriz da rede Globo,
são perfeitos!” E eu respondi: “não é? Ela é tão maravilhosa – por dentro e por fora – quanto o sorriso
dela”. Meu maior medo é que ela perceba que a trégua para uma amizade que nunca
existiu na verdade serviu como passagem para sentimentos que estavam
adormecidos. Não há possibilidade de eu mostrar essa foto para os meus amigos
novamente dizendo apenas “essa é minha ex”, porque ela é digna de ser chamada
de “a mulher mais incrível que já conheci”. Talvez eu possa dizer que eu
entendo ela um pouco mais agora. Ouvi esses dias em uma série: você tem medo de
se relacionar comigo porque eu sou diferente de todas as outras. Eu sei que
posso quebrar se coração e isso te apavora. Infelizmente as coisas serão sempre
assim entre nós – uma verdadeira
montanha russa.
Eu a chamo de “sol”. Porque ela erradia uma luz
própria e tudo parece girar em torno dela. O fato dela amar o sol e o verão
também contribuíram pra isso. Eu diria que ela se destaca facilmente em meio à
multidão. Não sei dizer se isso acontece para todo mundo ou se meus olhos
estavam focados em encontra-la onde quer que fosse. Mas naquele Sábado a noite
onde nosso primeiro encontro se consagrou, em meio às férias de verão em um bar
lotado da nossa cidade, nem todas aquelas pessoas foram capazes de escondê-la.
As vezes a chamo de “florzinha” pois é tão delicada como uma, mesmo ela
insistindo que está mais para um cacto. Eu nunca conheci alguém assim. Todas as
outras pessoas da minha vida amorosa se limitaram a serem chamadas de “amor”,
“bebê”, etc. Mas com ela esses apelidos nunca foram suficientes.
Talvez eu seja a pessoa mais doida que ela
conhece. A pessoa com quem ela fica alguns dias sem falar e de repente eu
apareço e sem nem dar “boa noite” eu já vou direto perguntando como será seu
vestido de noiva. Não que ela esteja de casamento marcado, nada disso, é só
mais uma das minhas loucuras e a mania intrínseca de planejar o futuro – até
porque, um dia idealizei estar no altar esperando por ela. Mas ela parece
entender perfeitamente isso porque nunca fez nenhuma objeção, ela simplesmente
embarca nas minhas ideias e as abraça como interessantes - ou finge muito bem. Eu amo isso nela. Amo
o fato de que eu posso falar sobre absolutamente qualquer coisa com ela, da
mesma forma que não preciso dizer nada para que ela entenda o que eu estou
sentindo.
Preciso admitir que alguns dias
tenho vontade de desistir de nós e de qualquer coisa que eu tenha planejado
para o nosso futuro. Mas o que me impede é lembrar que o que eu menos gosto
nela é também o que eu mais gosto. Isso também significa que estou elogiando
toda vez que a chamo de chata, que eu admiro seu gosto refinado para comidas e
a forma que ela repudia o fato de eu amar fast food. Acho que ela jamais
concordaria com o cardápio do nosso casamento – lasanha bolonhesa, strogonoff
de frango, provavelmente algo de peixe que ela ama e um prato vegano.
Mas, no fundo eu só não quero que isso acabe.
Não quero que essas conversas profundas de madrugada deixem de existir ou então
que seus bichinhos de estimação não lembrem mais de mim e não mandem mais oi.
Quero continuar sendo aquela pessoa que desperta pensamentos engraçados nela, principalmente
quando ela pensar em alguma bobeira e ter a certeza que eu daria risada disso. Quero
continuar em sua memória como a menina doce que era apaixonada por ela, mas que
é tímida na intimidade. A pessoa que escolheu ficar, que escolheu deixar só as
lembranças boas e os sentimentos mais puros.
Lindo texto
ResponderExcluirOi. Muito obrigada por ler e deixar seu carinho aqui no blog! Escrevo com o coração e sempre busco deixar um pedacinho de mim nos textos. Espero que goste dos próximos! Um beijo.
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