M a k t u b
Entre os muitos significados que
essa palavra pode ter, para este texto escolhi o “estava escrito”. Aposto
que você, mesmo sendo muito cética, já ouviu por aí... “Estava escrito”. Algumas coisas entre nós eu até poderia dizer
isso, mas você vai dizer que eu fiz alguma bruxaria. Prefiro escrever sobre nós
para que no futuro eu possa dizer com toda razão do mundo (e blindada contra
seu ceticismo), estava escrito!
Para você quero escrever que
todos os seus planos deem certo. Que você faça sua viagem pela América do Sul,
sozinha e de moto. Que ela funcione como remédio para todas as suas dores nas
costas e que sacie a sua fome de novidade. Que você viva experiências incríveis
e insubstituíveis. Que seu crescimento interno, amadurecimento, seja
incalculável. Você voltará outra pessoa dessa viagem. Vai despir-se dessa casca
puramente social que você veste para que consiga sobreviver aos seus dias aqui.
E quando você voltar, que pelo menos 2 afilhados estejam esperando para te
conhecer (e quem sabe mais uns 2 a caminho).
Para mim escrevo quase o
contrário. Que eu reconheça meu lugar nesse ninho que um dia escolhi deixar.
Mas também escrevo realizações. Profissionais... E que os amores que eu ainda
vou viver não sejam tão grandes quanto é com você, só o suficiente para manter
meu coração batendo forte. Quem sabe o começo da conquista de um lugar que
futuramente poderemos dividir...
Quando você voltar, ficaremos
hesitadas em nos encontrar. Com aquele frio na barriga que esteva no nosso
primeiro encontro; que esteve presente também no nosso reencontro depois de
meses, quando nós duas nos atrapalhamos nos horários e conversávamos sem olhar
nos olhos. Talvez eu esteja enrolada com alguém; e você preocupada de
reencontrar sua família e amigos, reorganizar toda sua vida aqui. Aquele leve
medo dos olhares terem mudado quando se olharem novamente, aquilo que sempre
nos conectou, mesmo em meio ao caos.
Ouvi esses dias em uma edição do
programa do Bial “uma pessoa vem carregando um caos, a outra pessoa vem carregando outro
caos e elas querem se entender por telepatia”. Que loucura né? As vezes eu acho que conosco
acontece de verdade essa telepatia, as vezes você insiste em dizer que eu não
te entendo e as vezes eu fico muito brava por você não me entender. Por excesso
de egoísmo não conseguimos entender o caos uma da outra. Nesse mesmo programa
também escutei “acabamos antes de acabar, por excesso de idealização”. E dessa
vez acuso nós duas do erro, se conversarmos um dia sobre isso sei que irá
concordar também. Acho que precisávamos viver tudo que estamos vivendo para
enfim decidir se continua ou se acabou.
Perfeito
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